segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Marcelo Yuka é da facção do Ezequiel

_ Moço, compra um leite aí pra criança que tá com fome...
_ Pô, hoje eu tô sem dinheiro. Fica pra próxima, valeu?
_ Valeu, valeu, tá tranquilo. Melhoras aí pro senhor voltar a andar.
_ Falou, brigado.
_ Ô, Ezequiel, libera a frente aí prosôto passar.
_ Brigado aí, rapaziada.

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_ Você não é o vocalista do Rappa?
_ Oi?
_ O Rappa. Vocalista.
_ Não, não. Sou não.
_ Ah, tá. Pensei que fosse aquele, o Marceloo...
_ Yuka?
_ Isso, Yuka. Marcelo Yuka. Não é você não?
_ Não, não sou não senhora...
_ Mas é igualzinho...

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Já falei que parece que eu conheço mais gente hoje? Saio na rua e falo com todo mundo. Olhou pra mim e eu já vou cumprimentando. Pois é, acontece que às vezes essa popularidade acaba causando uma ou outra confusão. O Ezequiel lá de cima parecia ser o líder de um grupo de mais ou menos umas quinze pessoas. Acho que só tinha ele de homem. Cada uma das mulheres carregava uma criança no colo. Vinham pelos dois lados da rua. Os comerciantes locais, intimidados pela comitiva, acabavam contribuindo financeiramente. Como eu passei direto pelo pedágio, uma senhorinha que buscava abrigo na farmácia acabou confundindo tudo ("E aquele cadeirante ali, também faz parte da quadrilha?"). Na mesma tarde, esperava o sinal abrir pra atravessar a rua quando me vem a outra lá; me confundindo com o artista. O curioso é que eu acho que ela não acreditou em mim não. Mesmo depois que liberou a passagem ela continuou ali, no mesmo lugar, só me filmando de longe. Da próxima vez assumo a semelhança (que só ela viu) e saio dando autógrafo por aí. Vai que cola.