sábado, 30 de julho de 2011

Inveja do Galinho

Deu na televisão que o Camisa Dez andou internado. Arthur Antunes Coimbra, o grande ídolo do Mengão, passou mal e foi internado num hospital particular da zona oeste do Rio de Janeiro. Soube pela TV, mas esteve na internet, no rádio, jornais. Vi ainda que ele postou mensagem no Twitter pra seus seguidores. O craque disse assim: "Estou no quarto nesse momento. Os exames saíram e estou bem. Queria agradecer a todos aqui pela preocupação. Amanhã devo estar em casa". Admito que bateu inveja. Tudo bem que não sou famoso nem nada, meu perfil no microblog não deve ter nem dez interessados, que a imprensa não ia perder tempo com a minha pessoa, mas que bateu inveja bateu. Foi aí eu resolvi me manifestar também. Pensei em dar uma de moderninho e ir postando meus momentos internado no hospital, diretamente do quarto 622.  Ia ser a diversão de meus amigos virtuais, massivamente informados das rotinas hospitalares. Ensaiei postagens relacionadas ao banho, acessos venosos (perdidos e recolocados), medicamentos etc etc. Acabei desistindo. Lance mais deprimente esse de ficar escrevendo em leito hospitalar. Acho que não tenho vocação pra celebridade mesmo. Ao invés disso rola um post estilo jogador de futebol: "Já tive alta e estou em casa neste momento. Os exames saíram e nada acusaram. Queria agradecer a todos aqui pela preocupação". Valeu, valeu, eu sei que ficou meio sem graça. Mas hoje em dia estou preferindo bancar o Zico a dar uma de Amy Winehouse.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Inacessível

Eu sei, eu sei, eu ando (rodo) meio sumido. Mas as justificativas são muitas, e todas plausíveis. Até porque, como dizia Gandhi, “se você puder culpar alguém por alguma coisa, faça exatamente isso”. Pra começar têm as calçadas. Talvez na intenção de solucionar o problema dos bueiros-bomba, agora está cheio de tapume espalhado pelas ruas. Em alguns casos eles até deixam espaço pra pedestres, mas pra cadeirantes... Outro dia tive que ir ao barbeiro. Já estava parecendo um lobisomem da meia noite e a Glorinha estava a ponto de me botar pra dormir na cadeira. Quase dei a volta no quarteirão pra entrar na galeria que é logo aqui do lado. Aliás, a outra calçada também estava interditada. Atravessei a rua pra tentar a sorte e aí fiquei pensando: e se ali também estivesse em obras, fazia o que? Não estava, deu tudo certo. Teve também que andou chovendo semana passada e cadeirante é igual a PM, quando chove some tudo. A internet aqui em casa está uma bela bosta. Não consigo acessar de jeito nenhum. Os caras da academia devem achar que eu sou maluco. Enchi o saco de meio mundo pra aceitarem minha matrícula e, quando consigo, desapareço.  É que o meu ombro ainda está meia bomba. Mas nem tudo são misérias na minha vida. Comecei um curso muito bacana no Midrash Centro Cultural, por sinal um lugar totalmente acessível. Uma oficina de literatura com o Arnaldo Bloch, o que acaba tomando um pouco do meu tempo. Então é isso, escolham a desculpa, digo, justificativa que mais lhes aprouver e perdoem meu sumiço temporário. Prometo; compensá-los-ei (?) em breve com as histórias que for ouvindo por aí nesse período.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sem luz eu tô lascado

Mais um bueiro estoura no Rio de Janeiro. Mais um tampão de ferro voa pelos ares. E dessa vez foi aqui pertinho. Na minha rua. Logo ali na esquina. Podia muito bem estar passando por lá. Quem sabe indo pra academia... É, academia. Consegui uma que me aceitasse. Não reparou que eu estou mais forte? Acontece que eu ando com o ombro meio detonado e essa semana tirei pra ficar de molho. Então estava em casa na hora que começou a sair fogo do chão. A explosão causou um blecaute. O bairro todo sem energia. Foi aí que me dei conta de um lance: "sem luz eu tô lascado". Acompanha só. Sem luz (iluminação, ok?), sem internet, sem televisão, sem telefone (sabe esses aparelhos sem fio? pois é), sem interfone, sem microondas, sem elevador (terceiro andar, parceiro). No meu apartamento eu não consigo chegar na janela; tem um ressalto assassino que me impede o acesso. Mas deu pra ouvir que estava tudo engarrafado por aí. Percebi que ia demorar quando ouvi a sirene dos bombeiros. Pensei em comer alguma coisa, mas não tinha como esquentar nada e na cozinha eu não sei fazer nem água quente. Desisti de acender uma vela porque eu sou meio desastrado e isso não ia dar certo. O serviço de informações da portaria também não estava disponível. Foi aí que senti cheiro de fumaça. Tentei chegar no corredor, mas já não dava pra enxergar mais nada. Os vizinhos do meu andar já tinham se mandado. Fiquei em pânico. O desespero era... Brincadeira. A parte do incêndio é brincadeira. Só não custa nada manter a bateria do celular sempre carregada porque qualquer dia desses pode pintar um apagão e vai que...