segunda-feira, 28 de maio de 2012

Se os homi chegar a gente sai fora

Imagina um cara desafinado; mas, desafinado mesmo. Agora coloca nele fones de ouvido, óculos escuros (espelhados, coloridos, sei lá) e um bolo de panfletos de propaganda na mão. Pois é assim, cantando a plenos pulmões o pagode do momento, que trabalha esse camarada na estação do metrô aqui perto de casa. E não pensa que ele para de cantar pra atender a freguesia não. Isso porque acaba acumulando funções sempre que a menina da barraca de frutas tem que sair por algum motivo. A senhorinha se aproxima ("Esse mamão aqui ó, dá pra comer hoje?") e nosso amigo se limita a balançar a cabeça afirmativamente ("Meu amooooor / eu fico contenteeeee..."). Tenho reparado nesse mês a Guarda Municipal direto aqui pelo bairro. Parece que faz parte do choque de ordem do prefeito e tal. O patrulhamento ostensivo acontece sempre em duplas caminhando pelas ruas. Descobri que a minha casa faz parte do setor Charlie (ouvi um guardinha falando pelo rádio). Essa presença maciça é boa e tudo mais - outro dia um deles até parou o trânsito pra eu atravessar - só quem não deve estar gostando muito são os camelôs da região. Acabei de passar pela praça e ela estava vazia, vazia. Achei estranho, mas, logo que cheguei na esquina, me liguei no motivo. O rapa estava na área e não sobrou viva alma pra contar a história. Viva alma mais ou menos, né? Porque de trás de uma árvore a vozinha esquisita denunciava o malandro: Meu amooooor / assim não fico contenteeeee...

domingo, 20 de maio de 2012

Cadeirante é igual a PM

Hoje eu acordei meio rabugento; estava a fim de reclamar. E, como resmungar sozinho não tem tanta graça, resolvi fazer uma terapia de grupo virtual. Com vocês mesmos. Funciona assim: eu falo, falo, falo, vocês leem e quem quiser responde, que eu prometo que vou ler também. Beleza? Seguinte...
Lá fora está chovendo pra cacete. Está um pouco frio também. E quando o tempo está assim eu acabo ficando desanimado. Porquê? Porque chuva pra cadeirante só traz prejuízo. Se fosse só molhar, tudo bem. Acontece que molha, suja a manga da camisa - de lama - o chão fica escorregadio (sabe pedra portuguesa? Então). Sem contar que tem poça d´água pra todo lado, encobrindo a buraqueira que está aí pra todo lado, o trânsito fica pesado, o metrô fica lotado, enfim, um saco. Outro dia um carro passou e me deu um banho na calçada. Já ouvi um monte de sugestão: casaco, capa de chuva, roupa de motoqueiro, segunda pele, chapeu guarda-chuva, cadeira de rodas plastificada... E não é só dificuldade pra tocar a cadeira não, hoje em dia está realmente perigoso sair pela rua em dia de chuva. Desabou outro prédio no centro da cidade, ali onde acontece a Feira da Lavradio, parece que foi água acumulada no telhado. Com essas cheias em Manaus teve um cara que fez uma lancha com quatro geladeiras; de repente pode ser útil pra atravessar o acesso à praia de Botafogo, que fica inundado com qualquer chuvinha. De modo geral a gente se parece muito com blitz da polícia: quando chove você não vê uma. Rodar pelo Rio em certos dias, só mesmo se tiver compromisso marcado. Do contrário o lance é ficar em casa quietinho esperando o sol voltar.
Então é isso, já estou mais sossegado. E se você estiver ranzinza, mal-humorado ou simplesmente a fim de desancar alguém, fique a vontade pra deixar seu comentário. Ele será lido, respondido e desde já eu te adianto: você está certo, meu amigo, você está cheio de razão.