terça-feira, 11 de junho de 2013

Minha tarde com o Zé Wilker


Aí eu estava no Shopping da Gávea. Lá é mais um desses templos onde nós dependemos de elevador. Se eu quero ir ao cinema, por exemplo, tenho que subir até o quarto piso e pegar outro que me deixe dentro da área onde ficam as salas. Para evitar a baldeação o cadeirante precisa contar com a ajuda de algum passante para transpor um ou dois bons palmos de degrau.
Mas eu tenho pena de verdade é da ascensorista. Se liga só como é uma vida difícil: ela fica algumas horas naquele cubículo, sentada em seu banquinho acolchoado e correndo sério risco de arrumar uma gripe com o ar condicionado. Assim não dá, a moça se prepara um tempão para bem apertar seus botõezinhos e ainda precisa aturar gracinha de madame que acha um absurdo ter que dividir espaço com deficiente (“A administração devia era separar um só para esse pessoal. De repente o de carga, não é mesmo?”). É realmente complicado querer que a profissional cumpra a sua função de esclarecer os usuários quanto à prioridade na utilização do serviço. Se eu fosse a Maria José ia correndo ao sindicato reivindicar melhores condições de trabalho. Quem sabe tacar fogo em um quiosque daqueles? Chega de sacrifício. Basta de tanta exploração.

PS.: Me avisaram aqui que eu não falei do Zé Wilker. Bom, o Zé Wilker, que calado estava, calado continuou. Não se deve perturbar o Zé Wilker.