segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em caso de emergência, aperte o botão vermelho

Outro dia fui à Praça Onze. Acho esse bairro meio inútil (não é residencial nem comercial nem arborizado nem nada). O lugar me lembra circo - por algum motivo tem sempre um armado por lá. Fui de metrô, como manda o bom senso. Acabei cruzando com um antigo colega de trabalho, que fingiu não me ver (o palhaço devia estar largando o turno lá no Beto Carreiro). Tem uma saída novinha na estação, bem em frente de onde eu precisava ir. Com rampa, guichê rebaixado, piso tátil, informação em braile e... escada. Pra chegar à plataforma, só carregado pelos funcionários. No acesso antigo não é muito diferente não. Você dá a volta no quarteirão (pela calçada mais esburacada que já tive que encarar) e desce pela escada rolante (também com a ajuda de agentes da casa). Ainda não conheço a Cidade Nova, aquela ali no Piranhão, mas dizem que é o padrão a ser seguido, com elevadores e demais instrumentos que possibilitam trânsito livre. Eu gosto do metrô. É um meio de transporte onde as coisas até que funcionam direitinho, os caras são atenciosos. Agora, eu tenho visto cada usuário por aí que eu vou te contar um negócio. Tem os coroinhas que não querem usar a escada rolante, não sabem usar os controles do elevador (as opções são três: sobe, desce e emergência; um doce pra quem adivinhar qual botão eles apertam toda vez), ainda ficam reclamando que nada funciona direito, que está tudo quebrado e tal. Tem as mães-com-criança-pequena que deixam os moleques brincarem no aparelho só pra não ficarem enchendo o saco ("Isabela Maria, sai já daí que o moço quer usar o elevador!"). Na Carioca (e na Saens Peña e na Arco Verde) tem umas plataformas pra mudar de um andar pra outro que de tão lentas dá vontade de levantar e subir andando. O troço vai apitando e acendendo uma sirene irritante igual à dos bombeiros. A velhinha me encarou com olhar desafiador, ajeitou a bengala na mão e começou a subir as escadas, na maior disposição. Não posso afirmar, mas acho que vi o apontador de jogo do bicho organizando a banca de apostas. A vovó, cheia de marra, nem se virou pra me ver sair do equipamento que ainda chacoalhava. Se apoiou na acompanhante e saiu batida. Deixa estar, na próxima eu vou à forra...

Nenhum comentário:

Postar um comentário