quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Aterro do Flamengo

Sempre gostei do Aterro, o que mudou foi a minha relação com ele. Antes da lesão já frequentava para um basquete com a rapaziada nos fins de semana ou, quem sabe, dar um rolé de bike com Gloria. Não vou dizer que era um atleta, geração saúde... Nada disso, muito pelo contrário. Mas de vez em quando, pintando disposição, que era bom suar um pouco, era. Agora o lance é bastante diferente, acompanha só. Para chegar lá vou pela Avenida Oswaldo Cruz. Ela é toda de pedra portuguesa, com seus buracos e eventuais dificuldades relacionadas. Mas isso é normal por aqui, não tem tanto problema assim. A coisa começa a ficar difícil é agora. Não sei se você gosta de cachorro. Eu até gosto (meio que a distância, mas gosto), o problema é o cocô do cachorro. Parece que todo mundo que mora pela área sai para passear com o seu à mesma hora. Parece combinado, todo mundo se liga e combina de sair junto, assim que eu aponto no início da rua. Além de levar uma ou outra prensa, a gente tem que ficar desviando dos tais cocôs que, alguns, donos de cachorro insistem em não recolher. Acho que deu para imaginar a dificuldade, não é mesmo? Aí vem outra questão interessante: as transversais. A Oswaldo Cruz tem umas três ou quatro. Até aí, tudo bem. O problema é que em algumas delas tem rampa de um lado da calçada e do outro não. Ou seja, o cadeirante entra numa de atravesar a rua. Vem muito bem até que chega do outro lado e descobre que não tem rampa de subida, e o sinal, que estava fechado, abre justo nessa hora. Visualizou? O Aterro tem vários acessos, alguns são rampas outros são buracos. Têm também as passarelas. No meu caso é um buraco que fica na altura da Rui Barbosa. Não tem sinal de trânsito em frente e não aconselho tentar a sorte porque os motoristas entram naquela curva voados e é realmente um ponto cego para quem vem em direção ao Centro. A gente caminha, sei lá, uns quinhentos metros e chega a um sinal que quase nunca está verde para os pedestres. E quando fica, já vai fechando três segundos depois. Realmente tem que ser rápido para conseguir atravessar. As acompanhantes de idosos que se acumulam ali já esperam sua vez se alongando para evitar uma lesão na hora da correria. Chegamos à rampa do buraco. É íngreme demais para o meu gosto, isso porque se trata de pedra portuguesa, o pneu da cadeira gira em falso e a descida é com emoção. Mas aí a gente chega à ciclovia, onde dá para circular tranquilo. Do MAM até a Urca. Se for um domingo ou feriado fica tudo mais divertido porque fecham a pista para os carros e as famílias se divertem com mais espaço. Está sempre tendo algum evento ligado a corrida. Para quem gosta, prato cheio. É tudo muito organizado, a toda hora a gente encontra uma dupla de guardas municipais cuidando da ordem e segurança. Padrão. Deixei o melhor para o final: o cartão postal do Rio que é o Pão de Açúcar, Praia de Botafogo, Urca e, de quebra, Niterói ao fundo. O lance é arrumar uma sombrinha amiga e ficar agradecendo aos céus pelo espetáculo. Enquanto, é claro, arruma disposição para enfrentar o caminho de volta.

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