terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Questão de prioridade

Ontem, na fila do cinema, o cara fingiu que não estava me vendo, entrou e ficou na minha frente. Era uma fila preferencial. A saber: destinada a deficientes físicos, gestantes, idosos, pessoas com crianças de colo, com dificuldade de locomoção e aquelas que compraram seu ingresso pela internet (que devem trocá-lo antes da sessão). Precisa dizer que essa é a fila que demora mais? O cidadão passou por mim, perguntou ao senhor à minha frente se era a fila certa (o caso dele era o da internet) e simplesmente ficou ali, paradão. É claro que imbiquei a cadeira para cima dele e enquadrei o cara-de-pau, mas o episódio serve para ilustrar uma situação que é mais comum do que eu imaginava. Esse papo de deficiente (e acompanhante) ter benefícios como entrar na frente dos outros não é por malandragem não. Dá para enumerar fácil fácil meia dúzia de argumentos e aposto que você vai concordar comigo. Primeiro que é lei. Tem também que o sistema nervoso de quem sofreu lesão medular funciona diferente. Não dá para ficar muito tempo no calor, por exemplo. Nem no frio. Alguns têm mais dificuldade, ou mais urgência, para usar o banheiro. Enfim, existe uma série de questões que envolvem o assunto que as pessoas nem se dão conta. Eu também não fazia a menor idéia dos possíveis problemas indiretos por que passam portadores de deficiência. Por isso o intuito aqui é esclarecer, não ficar resmungando que nem tia velha. Tem muita gente (a maioria, inclusive) que ajuda e é solidário. O problema é essa meia dúzia de malas que nem o meu parceiro lá do cinema. Essa vai para ele.

Um comentário:

  1. Eu só discordo em uma coisa: eu inverteria a sua contagem, na verdade, o que eu reparei foi que a minoria trata este assunto da forma correta. A maioria não respeita esta questão da prioridade. Tudo bem que no meu caso não tem relação com deficiência e sim com gestação e agora com criança de colo,talvez por isso as pessoas tratem de forma diferente, por não ser "doença". Mas o que eu vejo é muita falta de civilidade e educação. A população está muito egocêntrica, achando que os problemas próprios são SEMPRE prioritários.

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